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  • André Ries

5 motivos para morar em Faro

Já perdi as contas de quantas vezes ouvi “Você gosta bastante de morar em Faro, né?”.


Sim, eu amo morar aqui!


Nesse post eu vou tentar explicar os motivos que fizeram eu me apaixonar por essa cidade e também pela região do Algarve.


Antes, quero salientar que essa é a minha opinião. Admito que existam pessoas que não se identifiquem com o estilo de vida encontrado por aqui. O ritmo é bem diferente de Lisboa ou Porto, por exemplo.


Mas a verdade não é absoluta, e cabe a cada um de nós saber o que quer e aquilo que não abre mão na vida. E antes que eu continue com mais filosofia barata, vamos ao que interessa:


1. Segurança

A cidade de Faro é muito tranquila. Nunca, desde que cheguei em 2015, me senti ameaçado por qualquer pessoa. A verdade é que por aqui, eu posso andar na rua a qualquer hora do dia. E quando eu digo “dia”, me refiro às 24h que ele possui.


A mesma coisa acontece quando, por exemplo, saio de algum bar ou restaurante na Baixa de Faro, e volto para casa de madrugada. Claro que nenhum lugar é perfeito, e devemos ter cautela algumas vezes.


Alguns anos atrás, a Universidade do Algarve, PSP (Polícia de Segurança Pública) e o órgão de Turismo do Algarve assinaram protocolos para o projeto “Algarve: destino seguro”, que busca a revisão e melhoria contínua da segurança na região, não só na época do verão, onde a população cresce quase cinco vezes.


Agora, se eu paro para pensar em como era minha vida em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, eu dou muito valor para o que tenho aqui.


Lá, eu saía de manhã para trabalhar com os fones de ouvido na mochila pois não gostava de ficar desatento com medo de ser surpreendido. Eu precisava me cuidar o tempo todo.


Quando a gente conhece a paz, não queremos nunca mais a guerra.


E essa questão não se restringe apenas a poder ouvir música. Aqui, tenho mais tempo e tranquilidade para poder observar as coisas boas da vida: a arquitetura dos prédios, um pai ou uma mãe passeando com os filhos, ver como o céu e suas formas são incríveis, assistir um pôr-do-sol, entre outras coisas.


2. Clima

Por falar em pôr-do-sol, o clima é algo realmente especial por aqui. Com uma média de mais de 300 dias de sol por ano, são também mais de 300 dias com um fim de tarde mais bonito que o outro.





Durante o inverno, que começa em 21 de Dezembro e vai até 20 de Março, as temperaturas diminuem. Para mim, que sou do sul do Brasil, elas são bem tranquilas. Isso não quer dizer que eu não sinta frio. Só não é novidade mesmo. Com temperaturas entre 5°C e 16°C, às vezes sensações térmicas são um pouco menores, e é quando temos alguns períodos de chuva.


A primavera é o período mais seco do ano e quando as temperaturas começam a subir. Nessa época, ao sol, chega a fazer 28ºC. Acontece entre 20 de Março e 21 de Junho. É nessa altura que também entramos no horário de verão.

Pulando já para o outono, o clima mais uma vez fica ameno, bom para quem não é tão chegado no forte do calor. Ocorre entre 21 de Setembro e vai até 20 de Dezembro, num momento em que a região acaba por ser muito procurada para a prática de golfe. Sabia que o Algarve é o melhor destino de golfe da Europa?


Ah, e o verão! Deixei ele por último não foi à toa. Época mágica do ano. Podemos desfrutar do sol durante 12h por dia, temperaturas bem altas e uma brisa costeira. Oficialmente, ele começa dia 21 de Junho e vai até 20 de Setembro, mas às vezes, em Março, já estamos indo para a praia. Na minha opinião, é o melhor momento para aproveitar as belezas naturais deste lugar.



3. Praia de Faro

E é no verão que vemos o movimento crescer e o Algarve ficar muito cheio. Faro não fica para trás, até porque possui um Aeroporto Internacional, que é a principal porta de entrada da região.

Já não bastasse ser uma cidade pacata, segura e com ótimo clima, ela tem uma praia que fica a 15min de carro do centro! De ônibus ou barco, uns 30/40min. A pé dura um pouco mais, em torno de 1h30min, mas vale muito a pena, inclusive ainda vou fazer um post sobre esse passeio.

A Praia de Faro, chama muito atenção por ter o lado do mar e o lado da Ria Formosa e, por isso, também é chamada de Ilha de Faro. Muito basicamente, a ria é um ecossistema de água salgada e vegetação que separa as praias das cidades

Ela é simples, não tem falésias ou grandes pedras. Mas é de-li-ci-o-sa! Se bem que eu sou suspeito, porque amo praia mais que chocolate.

Assim como a Praia de Faro, as ilhas do Farol, Deserta e Culatra estão aqui por perto, e também possuem o lado da ria e do mar, mas só podem ser alcançadas de barco.




Praia de Faro | Foto: @vivendoemfaro


4. Pessoas

Como já comentei antes, no verão a população se multiplica. Os hotéis ficam lotados, diversos eventos acontecem por aqui e muitas vezes parece que não estamos mais em Portugal.


São tantos franceses, ingleses, alemães, espanhóis e italianos, entre outras nacionalidades, que o idioma português quase não é ouvido. E o turismo vem crescendo também fora da época alta.


Entretanto, não são apenas os turistas que nos fazem “trocar a chave” do idioma. Os estrangeiros marcam presença durante o ano letivo. Todo semestre cresce o número de alunos de intercâmbio da universidade.


Portanto, engana-se quem vem para Portugal para falar apenas português. Saiba que é preciso saber pelo menos inglês, inclusive por questões profissionais.


Aqui, também recebemos muitos alunos brasileiros. E temos dois tipos de estudantes, intercâmbio e os “ENEMs“. Enquanto os primeiros ficam entre 6 meses ou 1 ano, quem vem pelo exame nacional brasileiro é para realizar todo o curso (3, 4 ou 5 anos).


Por fim, e muito obviamente, temos os portugueses. Moradores, turistas e estudantes. Temos muitas coisas parecidas e muitas outras diferentes. É um povo muito acolhedor e que vem se acostumando com o novo perfil de brasileiros que estão vindo para Portugal: estudantes de ensino superior, mais qualificados e com ambições diferentes do perfil antigo dos anos 90.

Infelizmente, sei de casos de preconceito, mas vejo isso como exceção, e não como regra (falo isso porque recebo muitas perguntas sobre esse assunto).

Mas enfim, se tem uma coisa que eu gosto é de pessoas. É muito bom conhecê-las.


A gente aprende tanto com elas. O choque de realidade, cultura, hábitos, ou seja, diferenças em geral, é muito enriquecedor. Mais que qualquer universidade vai te ensinar.


São tantas histórias engraçadas, supreendentes e marcantes que vivi ou ouvi, que já perdi as contas. Poderia aqui listar diversas pessoas, mas sei que cometeria a injustiça de esquecer alguém.


Eu, como cheguei em Faro sem conhecer absolutamente ninguém, zero mesmo, decidi que só havia uma opção. Ressocializar. Conheci gente de vários estados do Brasil, do México, Colômbia, Turquia, Ucrânia, China, Inglaterra, Polônia, Espanha, Itália, França, Áustria, entre muitos outros.

Portanto, fica aqui a minha dica. Faça tudo que puder para conhecer e ser conhecido. Nas salas de aula, nos eventos e organizações dentro da UAlg (como Associação Académica, Erasmus Student Network, Troféu do Reitor, voluntariados, etc.).


5. Oportunidades


Por falar em pessoas, admito que já conheci quem não tenha gostado de Faro. Exatamente por isso, falei logo no começo que esse post se tratava da minha opinião.


Em geral, o que escuto é: “não tem nada para se fazer em Faro”.

De fato, a cidade é pequena, em torno de 45 mil habitantes. 60 mil se contarmos os distritos em volta.


As opções de bares, festas, restaurantes e cafés não são infinitas como em metrópoles como Lisboa. Conta apenas com um shopping que possui cinema, algumas lojas famosas, redes de resturantes mundiais, etc.


Um hospital público que funciona razoavelmente bem.


Programação cultural o ano todo, como por exemplo no Teatro Lethes.

Encontra-se uma estação de trem e outra de ônibus (além do já mencionado aeroporto), que levam para vários lugares de Portugal e da Europa.

E uma universidade que está crescendo.


Desde 2015, quando cheguei, acompanho o número de alunos da UAlg. Se falarmos dos brasileiros ENEM, os número aproximados são 40 alunos em 2015, 180 (2016), 220 (2017) e depois disso só aumentou. De outros países, e não só europeus, também estão crescendo.

Por fim, em vez de apenas reclamar e ficar parado, prefiro pensar que onde não há “nada”, existe oportunidade de surgir algo novo.

Eu já achei algo novo por aqui. Algo que, infelizmente, não tinha no Brasil.

… a tão famosa qualidade de vida!


Conteúdo escrito originalmente por André Ries para Vivendo em Faro. Atualizado por Alanna Gomes.

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